top of page

Segurança nas Escolas e Policiamento de Proximidade

Oswaldo Munteal - Coord. Geral do LABEPROX-Uerj, Lorena Lukosevicius – Pesquisadora LABREPROX-Uerj, Araré Carvalho, Cientista Político LABEPROX-Uerj


Os recentes casos de ataques às escolas suscitaram um debate urgente a cerca de maneiras de prevenir e evitar essas tragédias. Por ser de origem multifatorial, a resolução de um problema complexo não seria menos difícil.

No campo da prevenção, muitos especialistas apontam a necessidade de pais e responsáveis monitorarem as trocas de mensagem dos filhos em grupos de internet, também indicam a urgência de um trabalho de prevenção ao bullying, e por último na divulgação e implementação de uma cultura de paz nos colégios. Também há a necessidade de se estabelecer protocolos de ações em caso de ataques. Para isso é necessário capacitar, gestores, professores e alunos. Esses recursos em casos extremos podem ser de grande valia.

Dentro do território da prevenção muito se fala em instalação de detectores de metais nas entradas das escolas, revista aos alunos e guarda ostensiva em frente prédios escolares. Ainda que a preocupação seja legítima, frente aos tristes e recentes acontecimentos, a escola ainda é um lugar seguro. Adolescente e jovens morrem muito mais nas ruas que dentro dos colégios. Isso não quer dizer que não há a necessidade da implementação de políticas públicas que busquem minimizar esses atentados. No entanto, nos parece que criar um ambiente de vigilância e tensão, com a presença de policiais armados e revistas em torno e nas escolas podem gerar um ambiente ruim e descaracterizado do ambiente necessário à aprendizagem. Por outro lado, ignorar um problema, que ainda que inicial, se mostra cada vez mais recorrente (o país contabiliza 6 ataques com mortes entre os anos 2022 e 2023), não é uma opção.

Nos parece que uma solução intermediária e mais efetiva seria a implementação da abordagem de aproximação como resposta mais efetiva e menos danosa para estabelecer um ambiente seguro para nossas crianças. A abordagem de aproximação é feita por agentes de segurança através da implementação de programas de polícia comunitária e de outros tipos que trabalham na perspectiva da integração com a comunidade local, ruas, quadras, e com o todo o bairro, que busquem valorizar o trabalho conjunto entre agentes de segurança e sociedade, visando a resolução de problemas.

Esse tipo de programa tem por trás uma filosofia e estratégias que possibilitam uma parceria entre a população e a polícia. A partir desta parceria ambos devem contribuir e trabalhar juntos para identificar, priorizar e solucionar os problemas mais relevantes com o objetivo de melhorar as condições de vida da população atendida. Essa política de segurança pública teria muita aderência no caso das escolas, pois permitiria que o agente de segurança tivesse uma proximidade com o entorno escolar e com a população que corriqueiramente faz uso da escola e seus arredores.

A manutenção dos agentes no mesmo perímetro permite a aproximação junto aos trabalhadores da educação, alunos e familiares, de modo a reconhecer quem compõe a rotina escolar. Também possibilita a prevenção de intercorrências nas proximidades dos colégios, abordando pessoas em situações não previstas naquele meio.

O modelo de proximidade permite o conhecimento mais aprimorado, por parte dos agentes de segurança, da escola e seus frequentadores, promove uma relação de confiança entre a usuários das escolas e agentes de segurança, além de gerar um monitoramento e patrulhamento sem alterar substancialmente o cotidiano das escolas.

226 visualizações2 comentários

Posts recentes

Ver tudo

2 Comments


Idalmir Barroso
Idalmir Barroso
Jun 24, 2023

Excelente trabalho de pesquisa e conscientização em um tema atual e tão sensível, de suma importância para a sociedade. Parabéns a toda equipe envolvida no trabalho.


Idalmir Barroso

Like
Arare Carvalho Júnior
Arare Carvalho Júnior
Jun 24, 2023
Replying to

😊

Like
bottom of page